PORTALEGRE POR NOVE DIAS JÁ FOI CAPITAL
10/05/1817 A 19/05/1817
Parece mentira, mais não é, a pequena comunidade encravada no topo de
uma serra, no sertão potiguar, a belíssima Portalegre já foi a capital do Rio
Grande do Norte, por nove dias, de 10 a 19 de maio de 1817.
Com o desaparecimento do GOVERNO REPUBLICANO, mas precisamente em 26 de
abril de 1817, com o assassinato de ANDRÉ DE ALBUQUERQUE e a prisão dos
revolucionários, Portalegre, por 9 dias, serviu de capital do Rio Grande do
Norte independente.
Decidida a abolir a Coroa portuguesa, da pequena Vila de Portalegre a
resistência se fazia contra as vilas rebeldes ao acalentado desejo de
emancipação dos potiguares.
OS REVOLUCIONÁRIOS:
1 - PADRE JOÃO BARBOSA CORDEIRO, natural de Ociana-OE, nascido a 6 de junho de 1792, filho de Manoel Barbosa Cordeiro e de Maria José de Menezes Cordeiro.
Em 1817 ele era o vigário da freguesia de Portalegre, no Rio Grande
do Norte, quando instalou a revolução republicana, preparada em Recife e com
ramificação nas províncias da Paraíba, Pernambuco e Ceará.
O Padre Cordeiro tomou parte muito ativa nesse movimento, sendo membro
do governo provisório instalado em 10 de maio de 1817, na vila de Portalegre.
A 19, vitoriosa a contra revolução, o vigário Cordeiro fugiu, com outros
implicados, para o interior da Paraíba, onde foi preso e conduzido para Recife
e daí para Bahia, em cujas prisões permaneceram até o indulto geral de 1821.
Participou igualmente, da revolução de 1824, sendo por isso, novamente
preso; mas, achando-se doente no hospital militar, pode daí evadir-se,
internando-se pelos sertões, onde se dedicou ao magistério da instrução
secundária.
Anistiado mais tarde, foi nomeado vigário de Granja, no Ceará, paróquia
que regeu até 1848, quando, permutou-a com a de Nossa Senhora dos Prazeres, de
Maceió-AL, era cônego honorário da capela Imperial e cavaleiro da Ordem de
Cristo. Publicou diversas obras em prosa e em verso.
O “Dicionário Biográfico de Pernambucanos Ilustres”, do Dr. Pereira da
Costa, inseriu um soneto do Padre Cordeiro. Faleceu na cidade de Maceió-AL,
1864.
2 - AGOSTINHO FERNANDES DE QUEIROZ, natural de Martins-RN, nascido
a 21 de abril de 1780 e faleceu em 6 de março de 1866. Terceiro filho de
Domingos Jorge de Queiroz e Sá e de Maria José do Sacramento. Casado com sua
prima Maria Gomes de Queiroz, filha do Coronel Agostinho Fernandes de Queiroz e
de Francisca do Sacramento.
Os pais e as mães eram irmãos, sendo eles, portanto, primos carnais,
Agostinho sempre residiu na então povoação de Serrinha dos Pintos (atual
cidade, criada pela lei Nº 6.492, de 30 de outubro de 1993, instalada em 1) de
janeiro de 1997, que teve como primeiro prefeito o senhor Luiz Gonzaga de
Queiroz, eleito em 3 de outubro de 1996).
Tomou Parte ativa no movimento revolucionário de 1817 e dada a vitória
da legalidade, foi preso com outros participantes da revolução. Transportado
preso para Salvador Bahia, ali permaneceu quatro anos. Anistiado, voltou a sua
terra natal, trazendo dali, sementes de jaca, tão produtivas ainda hoje. Quem
conhece Martins, comprova esta realidade.
Todos os historiadores potiguares, sobretudo o saudoso Luís da Câmara
Cascudo (3012/1892 – 30/7/1986), têm salientado a personalidade deste filho
ilustre de nossa querida e amada terra de Martins, o qual tomou parte em
novos movimentos patrióticos, como a organização de um batalhão cívico,
de elementos de Martins, Portalegre e Pau dos Ferros, à invasão iminente da
fronteira pelos grupos de Pinto Madeira, caudilho cearense, defendendo
assim a Província em território distante.
Em 1838, o regente do Império nomeou-o um dos Vice-Presidentes da
Província do Rio Grande do Norte. Em 27 de fevereiro de 1842, era empossado
como primeiro presidente da Câmara Municipal de Maioridade, posteriormente,
Imperatriz e atual cidade de Martins, governando até 7 de janeiro de 1845,
quando passou o cargo para o senhor Domingos Velhos Barreto Júnior, este irmão
de Alexandrinha Barreto, primeira esposa do governador Joaquim Ferreira Chaves
Filho.
Agostinho Fernandes (que rejeitou o sobrenome PINTO depois de combater
as hostes daquele caudilho invasor, conforme ofício ao Presidente da província
do Rio Grande do Norte, Dr. Manuel do Nascimento Castro e Silva.
3 – PADRE GONÇALO BORGES DE ANDRADE
4 – JOÃO SARAIVA DE MOURA
5 – ANTONIO FERREIRA CAVALCANTE
6 – MANOEL JOAQUIM PALÁCIO,
7 – LEANDRO FRANCISCO DE BESSA
8 – JOSÉ VIEIRA DE BARROS
9 – PEDRO LEITE DA SILVA
10 – FRANCISCO MARCAL DA COSTA NEVES
11 – JOSÉ DA SILVA CAVALCANTE
12 – PADRE MANOEL GONÇALVES DA FONTE
13 – FELIPE BANDEIRA DE MELO.
O Governo revolucionário teve vida efêmera, mas deixando, todavia, para
a posterioridade o exemplo de coragem, abnegação e patriotismo daqueles bravos
sertanejos que sacrificaram seus interesses particulares e suas liberdades em
defesa dos sagrados princípios de liberdade e soberania nacional, cujo registro
que os portalegrenses até os dias têm a grande honra e orgulho de expressar
entre eles mesmos e visitantes – Portalegre já foi capital.
Em Natal a revolução se mantivera de 29 de março a 25 de abril de 1817,
encerrando-se com o assassinato do comandante André de Albuquerque. Foi-me
impossível de conseguir dados pessoas de todos os revolucionários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário